O Impacto das Novas Tarifas e os Desafios para a Exportação de Cavalos do Brasil
- Pedro Figueiredo
- 8 de set.
- 2 min de leitura
O desempenho do Brasil em 2025
De janeiro a agosto de 2025, o Brasil exportou 359 cavalos, totalizando aproximadamente US$ 4,2 milhões em receita, segundo dados do Siscomex.
Os resultados mostram um setor ativo, com picos importantes em janeiro (US$ 895,8 mil), junho (US$ 719,9 mil) e, especialmente, agosto, quando foram exportados 84 animais, somando US$ 793,9 mil — o melhor desempenho do ano até agora. Entretanto, não há clareza se esse resultado representa uma tendência sustentável ou apenas um movimento momentâneo diante das mudanças recentes no comércio internacional

Diversificação de destinos: mais do que Estados Unidos
Historicamente, cerca de 70% das exportações brasileiras de cavalos tinham como destino os Estados Unidos. Com a implementação das novas tarifas pelo governo Trump em agosto de 2025, o fluxo apresentou alterações significativas.
A distribuição das exportações em agosto revela esse novo panorama:
Uruguai: US$ 596,6 mil
Argentina: US$ 121,7 mil
Estados Unidos: apenas US$ 75,5 mil
O dado evidencia dois pontos: por um lado, o Brasil conseguiu manter um bom resultado global diversificando embarques para países vizinhos; por outro, a queda na participação dos EUA ainda gera incertezas sobre a evolução do mercado nos próximos meses.
Contudo, ainda é prematuro avaliar os efeitos reais dessa medida. Agosto foi o primeiro mês sob as novas regras, e embora o número de cavalos exportados pelo Brasil tenha crescido, a participação dos EUA caiu de forma relevante.
Será necessário acompanhar os próximos meses para entender se haverá, de fato, uma migração consistente da demanda para cavalos brasileiros ou se o aumento em agosto foi circunstancial.
Oportunidades e limitações para os próximos meses
O Brasil segue com vantagens competitivas: genética de qualidade, custos de manejo mais baixos e reconhecimento crescente no cenário internacional. Isso abre espaço para ampliar exportações não só para a América do Sul, mas também em mercados de maior valor agregado, como Europa, Oriente Médio e Ásia.
No entanto, vale destacar que a Ásia tende a ser uma opção viável apenas para cavalos de elite, de alto desempenho ou valor genético, já que os custos logísticos são significativamente mais elevados. Assim, embora promissor, trata-se de um mercado de nicho.
Conclusão
Os resultados dos oito primeiros meses de 2025 mostram que o Brasil permanece competitivo na exportação de cavalos, mas também deixam claro que o setor atravessa um momento de incerteza.
Ainda é cedo para afirmar se o tarifaço americano beneficiará de forma consistente os criadores brasileiros. O desempenho em agosto foi positivo, mas precisa ser analisado no contexto de médio prazo.
A FB Trading acompanha de perto essas transformações e segue preparada para oferecer soluções completas em transporte internacional de cavalos, ajudando criadores e exportadores a se posicionarem de forma estratégica e a aproveitarem oportunidades em um mercado global em constante mudança.
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